Life Is Strange é um jogo desenvolvido pela Square Enix em parceria com a DOTNOD, a mesma empresa que criou o aclamado jogo de ação e parkour Remember Me. Diferente de seu antecessor, Life Is strange é um game de real time action, onde cada uma das suas decisões são muito importantes e alteram completamente as informações que você recebe, quase como se você estivesse assistindo um filme e pudesse controlar certas partes do roteiro, o que pode desagradar alguns fãs de jogos mais hardcore, já que esse estilo de jogos não tem muita ação.
Em Life Is Strange assumimos o papel de Max Caulfield, uma jovem que acabou de fazer 18 anos e é apaixonada por fotografias, inclusive estudando na mais conceituada escola de fotografia do país, a Blackwell Academy, na qual ela se sente deslocada por não conseguir fazer amigos mesmo após um mês de aula e ter a impressão de que não é uma boa fotografa, embora, receba com constantes elogios de professores.
Life Is Strange – Chrysalis – Análise da História do Capítulo I
Nada melhor para imaginar bem uma história do que ler ela enquanto escutamos as músicas temas, não é mesmo? Pois bem, mini jovens, deem um pause nessas músicas questionáveis que vocês estavam ouvindo e deem play na setlist de músicas do primeiro capítulo de Life Is Strange, ás músicas são muito belas e vão te ajudar, e muito, entrar no clima do jogo e já pode te ajudar escolher se irá ou não jogar o game.
Max acaba de voltar para sua cidade natal, Arcadia Bay, da qual passou cinco anos fora após uma mudança repentina que não lhe deu nem chances de se despedir de sua melhor amiga de infância, Chloe Prince, a qual ela deseja procurar desde que chegou a cidade há mais de um mês, porém, tem vergonha por não saber o que dizer e como se desculpar pelo sumiço repentino.
A rotina de Max é bem pacata, ela tira fotos de tudo que acha diferente, seja de pessoas, de si mesma, de desenhos etc. Ela não possui amizades, apenas trocou contatos com alguns colegas, mas nenhum deles chegou a realmente fazer amizade consigo, embora, a grande maioria deles se mostram bem receptivos para conversar, mesmo que a conversa não seja muito agradável, como é o caso do professor Jefferson por quem Max nutre uma pequena paixão platônica e não sabe o que dizer em sua presença, ademais, Max tem o péssimo hábito de quase nunca responder mensagens de texto o que deixa alguns personagens secundários frustrados.
Porém, um belo dia a rotina de Max estava para mudar absurdamente, já fazia um mês que ela estava na escola e se via saturada de ver colegas sofrendo bullying enquanto ela mesma também sofria, mesmo que em medidas bem menores. Após a aula ela coloca seus fones de ouvido e nos deixamos levar pela música enquanto ela caminha pelo corredor da escola e podemos – opcionalmente – ouvir seus pensamentos sobre cada pessoa por se aproximar dela e escolher a opção look, que é no caso do Playstation é o triângulo, mas não se preocupe por que no Xbox e PC as teclas são alteradas.
Max vai em direção ao banheiro feminino e após estar lá dentro vê uma borboleta azul voar para dentro do local e a segue para tirar uma foto, dai o nome do capítulo, Crisálida, que é uma proteção similar a um casulo utilizada pelas lagartas. Max segue a borboleta e tira uma foto dela, porém, nesse exato momento um garoto entra no banheiro – feminino – e grita aos 4 ventos que está muito nervoso e ninguém pode dizer a ele o que fazer, logo após uma garota entra e cobra dele uma dívida, irritado ele tira uma arma do bolso e dispara contra a garota, Max estende a mão gritando e nesse momento ela descobre ser capaz de voltar no tempo e este é o grande destaque de Life Is Strange.
Max retorna à sala de aula, escuta a mesma aula, vê ás mesmas coisas acontecer e se convence de que não está num sonho, nesse momento o jogador é capaz de dar novas respostas para ás conversas que teve antes e caso não goste dos resultados é possível voltar atrás no tempo e corrigir sua resposta, embora, a grande maioria de suas respostas e atos vão ter consequências e alterar completamente o modo como os outros te enxergam no jogo.
Max volta no tempo e salva a garota, logo após é confrontada pelo diretor da escola e você terá de decidir se fala a verdade sobre o garoto que estava com a arma ou se esconde a verdade e é acusada de estar fazendo vandalismo na escola, as duas ações terão consequências ruins e você terá de optar por uma ou outra que somada a tantas outras escolhas importantes irão moldar todo o jogo, só no primeiro capítulo me confrontei com mais de 15 opções importantes em menos de duas horas de jogatina no capítulo I de Life Is Strange.
Zombar ou não de alguém? Ajudar ou não um colega? Dizer as pessoas o que elas querem ouvir ou falar o que pensa? Exatamente como na vida real, as decisões que tomamos são importantes e únicas e em algumas delas não podemos voltar atrás, normalmente nas que aparecem durante os vídeos do jogo, e falando neles vamos entrar no segundo tópico da análise do capítulo I de Life Is Strange, os gráficos e esse é o ponto em que o jogo mais falha.
Life Is Strange – Chrysalis – Análise dos Gráficos do Capítulo I
A DOTNOD fez um excelente trabalho no visual de Life Is Strange, a engine gráfica é bem parecida com a de Remember Me, mas esse jogo peca em alguns detalhes realmente bobos que fazem diferença para jogadores simplesmente por não obedecer as leis da física. Para exemplificar irei mostrar uma imagem de algo que realmente me deixou perplexo, observem a imagem abaixo por alguns instantes, por favor, e tentem encontrar o que está errado nela:
As garotas provavelmente notaram mais facilmente que o brinco da personagem Dana não se move, ele deveria estar inclinado de forma a parecer uma pirâmide e não estático como se estivesse pregado ao rosto dela ao invés da orelha. Parece um detalhe besta, mas não é, ela ficava movendo a cabeça constantemente enquanto falava e o brinco sempre ficava parado e Life Is Strange é cheio dessas bizarrices, cabelos e roupas não tem movimento, se molhar só deixa as cores mais escuras e algumas texturas parecem ter sido jogadas porcamente em cima dos objetos, apenas algumas, mas notei um carro em que o farol traseiro parecia ter sido colado em cima do carro ao invés de estar na lataria.
Sobretudo notei demora de carregamento em alguns cenários, só ocorreu brevemente duas vezes, coisa bem rápida mesmo, mas é demais para um capítulo tão pequeno onde só podemos ir a apenas alguns locais. Todavia, ás vezes algumas falas dos personagens não estavam completamente sincronizadas com o movimento dos lábios o que também é bem chato para um jogo que só foi lançado com apenas uma opção de idioma, o inglês. Entretanto, seria um pecado condenar o jogo unicamente por isso, pois, os gráficos são únicos e bem cativantes, o que faltou foi uma dedicação extra para dar um polimento em certas partes.
Os cenários em si não tem nada de excepcionais, o que prende nossa atenção mesmo é a riqueza de detalhes contida neles, podemos interagir com praticamente tudo no jogo e Max faz diversas anotações e tira fotos de muitas coisas o que nos ajuda a desbloquear troféus/conquistas e muitos objetos do cenário até mesmo tem consequências se mexermos neles ou não, o que nos motiva ainda mais a sair fuçando e lendo tudo e isso por si só estende muito o tempo de jogatina do capítulo I de Life Is Strange, se não fosse pela quantidade de coisas para interagir o tempo de jogo certamente cairia para bem menos da metade.
Em Life is Strange você pode explorar os cenários livremente, desde que esteja disposto a encarar as consequências de seus atos. (Foto: True Archivements)Já que citei o tempo de jogo que tal falarmos um pouco sobre a gameplay? Não se preocupe, ela não é tão parada quanto a de Heavy Rain, que aliás é outro jogaço que pretendo analisar aqui em breve. (Assim que conseguir outra cópia do jogo já que a minha sofreu um pequeno acidente, antes mesmo que eu pudesse zerar)
Life Is Strange – Chrysalis – Análise da Gameplay do Capítulo I
A gameplay em si funciona sem problemas, podemos nos mover livremente com o analógico esquerdo (teclas W, S, A e D no Windows), mover a câmera com o analógico direito (Mousse), a cabeça de Max não segue a câmera, exceto que olhemos para cima ou para baixo. No Playstation 3, onde joguei o capítulo I, o botão R2 serve para correr o que ajuda bastante já que os cenários são grandes, o botão quadrado serve para nos dar dicas do que fazer quando estamos perdidos, o botão R1 serve para pular trechos de conversas que já vimos, o que é bem útil para os mais apressados que não querem ouvir as mesmas palavras novamente e pular diretamente para o momento de escolhas do que falar.
O botão L2 é utilizado para voltar no tempo, se segurarmos R2 enquanto voltamos no tempo, ‘rebobinamos’ os últimos atos com maior velocidade e toda vez que um Círculo Cinza aparecer na espiral do tempo é por que estamos prestes a mudar alguma opção que fizemos anteriormente. Não é possível voltar no tempo no meio de conversas ou de cut scenes/vídeos que felizmente são narradas com belas músicas que estão presentes em quase todos os momentos do jogo e ajudam para melhorar ou diminuir o clima da atmosfera do jogo.
Max pode pegar certos itens em momentos específicos e carregá-los pelo cenário para usá-los em determinados locais, o interessante é que mesmo voltando no tempo os itens que pegamos continuam conosco o que leva a uma questão bem interessante, será que em Life Is Strange a Max tem o poder de voltar no tempo com outra pessoa se segurar em alguma parte do corpo da mesma?
Life Is Strange – Chrysalis – Considerações Finais
O primeiro capítulo foi lançado no dia 30 de Janeiro e o segundo capítulo “Out Of Time” só será lançado em algum dia de Março, dado o tempo de campanha desse primeiro capítulo – cerca de duas horas e meia – o tempo de espera é bem longo, pior ainda quando é um jogo em que podemos tomar tantas rotas diferentes, o que garante que alguém não vai voltar atrás e mudar algo até a saída de outro capítulo? Ou pior, embora, Life Is Strange vai ocupar apenas 3 gb de espaço – segundo os desenvolvedores – o que nos garante que durante todos os meses que tenhamos de esperar não nos obrigue a apagar alguns capítulos para instalar algum game no hd?
Me recordo que quando fui jogar Assassin’s Creed “BUGnity” no Xbox One ele pediu “míseros” 40 gb de atualização obrigatória e tenho o prazer de morar num município da grande São Paulo onde ninguém tem mais de 2 mb de internet, imaginem só que beleza baixar tudo isso e ainda ter que deixar um jogo de capítulos guardado no seu hd – por meses – para continuar a jogatina, indo mais além, seria bem ‘legal’ se você precisasse de espaço para baixar seu AC BUGnity, não é mesmo?
Só enfatizando mais um pouco, por que detestei isso, cada capítulo do jogo levará seis semanas para ser lançado, de acordo com o que foi noticiado pelo Siliconera.
Os jogos da oitava geração de consoles chegam ocupar ainda mais espaço que as antigas e aqui no Brasil não dispomos de internet rápida o bastante para baixar jogos quando bem desejarmos, imagine só em países menos desenvolvidos. É por isso que Life Is Strange pode afastar alguns jogadores, a falta de espaço no hd e o tempo que ele terá de ficar lá parado.
Mas se você é fã de jogos do gênero – assim como eu – vai fundo, o jogo tem uma história incrível e personagens bem carismáticos, sobretudo, recomendo que baixem a versão para PC, se você adquirir o jogo por meios legais (recomendável) todos os capítulos custam apenas 37 ‘dilmas’ na Steam, é um pouco salgado para um jogo que está sendo lançado por capítulos, mas ao menos você não precisara ficar se preocupado com o hd de seu videogame.
Para finalizar gostaria de dar algumas dicas especialmente aos país, Life Is Strange não é um jogo para crianças, ele contém muitos palavrões, uso de drogas, gestos obscenos, agressão familiar e alguns outros temas que podem assustar os mais moralistas, o jogo ainda não recebeu uma classificação etária aqui no Brasil, mas eu duvido muito que ele seja permitido para maiores de 16 anos.
Também duvido muito que alguém irá seguir essa minha dica, eu não seguia quando era adolescente, então por que você, jovem leitor, iria seguir?
Bem, meu papel é informar, e se deseja outra dica importante aqui vai: O jogo está 100% em inglês, você pode ativar as legendas, mas não tem opção em espanhol ou português e tem bastante gírias nesse jogo, principalmente nas mensagens de texto que Max troca com seus amigos ou no seu diário pessoal, me lembro que vi a expressão “TTUL” e tive de pesquisar para descobrir que era um simples “talk to you later”, custava ter posto um simples “see you later”? Bem, creio que os desenvolvedores quiseram deixar o jogo ‘mais real’, então esteja preparado e boa jogatina.
Fontes: Equipe Mobile Bit, Siliconera e Life Is Strange Wikia
