Ano de Lançamento: 2014 / Plataformas: PS3, Xbox 360 e PC
Média de Pontuação em Análises Mundiais: Nota 8,5 / Jogadores: Apenas um
Multiplayer Online: Não possui / Idiomas: Inglês, porém, o jogo possui legendas pt-br.
South Park Stick The Stick of Truth foi uma surpresa mais que agradável para mim, pois, embora eu tenha assistido poucos episódios da série animada eu ainda assim gostava de vê-los eventualmente para dar algumas risadas, todavia, Stick of Truth foi muito além no quesito diversão e bom humor, não consigo me recordar de quantas foram as vezes que me peguei rindo sozinho para a televisão ou gargalhando enquanto alguma piada ou zoeira aparecia no jogo.
Mesmo não sabendo o nome da maioria dos personagens no desenho eu ainda assim não me senti nem um pouco perdido nesse jogo, pelo contrário, fiquei mais por dentro do universo de South Park e agora é ainda mais fácil e empolgante ver a série animada. Peço perdão aos fãs mais ávidos da turma do Cartman, mas essa análise foi feita por alguém que não cresceu tendo como hábito assistir South Park, porém, encare isso como uma forma de ver o ponto de vista de alguém de fora. Todavia, para os leitores que também não sabem muito sobre a série fique sossegado por que esse artigo estará livre de spoilers e garanto que o jogo é divertido mesmo para novatos no universo de South Park.
Análise South Park The Stick of Truth – Uma inocente brincadeira de criança
A história de Stick of Truth começa de maneira bem descompromissada, após criarmos nosso personagem somos apresentados aos pais dele e a pequena cidade de South Park, na qual a família dele acaba de chegar de mudança.
Os pais de nosso personagem praticamente nos expulsam de casa para que façamos novos amigos pela cidade, algo relativamente fácil já que o jogo está completamente legendado em português do Brasil, algo que facilita muito a compreensão das brincadeiras feitas pelas personagens ao longo da história.

Após sairmos de casa somos apresentados a Cartman e cia que pede que nos juntemos a guerra contra os elfos, algo que a princípio parece uma brincadeira inocente de crianças, mas que toma proporções absurdamente grandes ao longo da jogatina e nos leva a diversas situações hilárias.
Parte dos meninos da cidade, conhecidos como “humanos” estão lutando pela proteção da Vara da Verdade (Stick of Truth em inglês, dai o nome do jogo), um artefato mágico que permite ao detentor controlar todo o universo e comandar quaisquer pessoas. No outro lado da trama temos os “elfos”, garotos que se fantasiam com orelhas, chapéus e armamentos elfícos como arcos, bastões, espadas etc.
Os garotos estão literalmente brincando de RPG, mas as batalhas são muito sérias e algumas escolhas que fazemos ao longo da trama também são, a começar pela classe que jogaremos, pois, cada uma delas conta com habilidades únicas que são mais fortes contra determinados tipos de inimigos e mais fracos contra outras.

Cada classe conta com habilidades, armas e roupas exclusivas e Cartman, nosso jovem amigo pouco zombador, irá tirar sarro de tudo que fizermos durante o jogo. Eu optei por jogar com a classe judeu que embora não seja a minha religião foi a que achei mais balanceada no jogo por que ela é uma espécie de monge multi tarefa com muitas habilidades úteis.
Os judeus, assim como todas as demais religiões, etnias e pessoas são constantemente fonte de zoeiras no jogo e na série animada, mas isso se dá em especial com essa religião por que um dos dois criadores de South Park, Matt Stone, ser um membro dessa religião e possuir a rara habilidade de conseguir tirar sarro de si mesmo.
O ideal é não levar as brincadeiras de South Park muito sério, mas sim procurar ver através delas e encontrar a crítica que está sendo transmitida para nós, algo que Stick of Truth faz com muita margem de sucesso.

A batalha entre elfos e humanos funciona quase que apenas como um pano de fundo para uma trama maior que vai se desenvolvendo pouco a pouco conforme continuamos ‘brincando’, algo que é irônico e até engraçado por que recebemos missões para ir em determinados locais do jogo por motivos banais e neles encontramos uma série de missões novas e engraçadas para fazer, além de claro, mais amigos e aliados.
Prefiro não me adentrar muito na história desse jogo para não estragar surpresas, mas não pense que ela não é divertida e empolgante por que não houve um só momento nesse jogo em que achei a trama enfadonha ou sem sentido, mas claro que essa é minha opinião pessoal e você pode não concordar comigo.
Só lhe recomendo que você tome cuidado no local onde vai jogar esse jogo por que exceto que você adquira a versão censurada a comum não tem indicação +18 graças a algum erro de edição, pois, assim como se dá nos desenhos, Stick of Truth é repleto de obscenidades, palavrões, humor negro pesado e conta até mesmo com cenas de sexo explícito. Então redobre o cuidado, se você tem crianças em casa, ou se você é menor de idade, fique atento aos horários e locais que irá jogar para evitar desconfortos.
Acredite em mim, mesmo sendo maior de idade eu não jogaria esse jogo perto de adolescentes e muito menos de crianças.
Análise South Park The Stick of Truth – Jogabilidade
O jogo por si só não dá muitas dicas de como ser jogado e teremos que aprender quase tudo na raça, principalmente as “magias”, assim que a executarmos com perfeição uma vez os tutoriais de uso não aparecerão mais e caberá a nós nos lembrarmos de como utilizar cada uma delas.
Mas no geral o jogo é muito simples de se jogar já que é um RPG com combates em turnos, o menu de ataques e magia é muito simples e cada ação conta uma exibição de qual botão devemos apertar quando nosso arma brilhar. Apertar um botão errado irá quebrar o combo e reduzir drasticamente o poder do ataque, o que ao menos comigo foi algo que ocorreu praticamente todas as vezes em que usei uma habilidade especial pela primeira vez, pois cada uma delas pede para apertarmos um botão especial num momento específico e por isso é bom ficarmos sempre de olho nas instruções que aparecem antes de cada ataque.

No jogo nós podemos correr, andar, subir em outros locais com uso de habilidades ou escadas, conversar com quase 100% dos personagens que aparecem ao longo da trama, bater em objetos e pessoas fora das batalhas, atirar armas como dardos ou flechas em objetos e pessoas e peidar. Falarei sobre os peidos mais adiante.
Enquanto cruzamos os cenários podemos quebrar objetos com nossas armas principais ou atirar armas secundárias para derrubar objetos ou abrir passagens, esses comandos serão muito utilizados ao longo do jogo e muitas batalhas podem ser vencidas por derrubarmos algo ou colocarmos fogo nos oponentes enquanto estamos fora de combate, essa opção só está presente em somente alguns batalhas dentro de dungeons e mesmo que derrotemos os inimigos sem lutar nós ganharemos experiência e poderemos pegar os itens que eles deixam ao ser derrotados. É engraçado fazê-lo por que quebrar as coisas para nocautear oponentes sempre requer um pouco de raciocínio e atenção, o que na prática da quase tanto trabalho quanto lutar em si.
Cada um de nossos aliados conta com habilidades exclusivas que podem ser utilizadas dentro e fora de combate, Butters pode curar aqueles que toca, Kenny pode seduzir inimigos e nocauteá-los sem combate etc.

Como comentei acima, uma das habilidades inusitadas em South Park é a arte do peido, uma técnica avançada que só pode ser aprendida com os macacos eremitas do Himalaia durante a primavera de um ano bissexto. Ok, é brincadeira, mas de fato os peidos são algo que precisamos dominar com atenção nesse jogo, pois, com eles nós podemos peidar na direção do fogo para nocautear inimigos, distrair oponentes e até mesmo deixá-los enojados, um status negativo em batalha que faz com que o oponente perca hp continuamente.
Fora das batalhas podemos peidar a vontade, desde que os inimigos não nos acertem enquanto o fazemos ou eles iniciarão um combate atacando primeiro, porém, dentro das batalhas os peidos só podem ser usados se enchermos nossa mana com itens para este fim, algo que eu particularmente não entendi, seria melhor se a mana fosse enchendo gradualmente de acordo com o ritmo do combate.
Essa obrigatoriedade pelo uso de itens de mana acabou por deixar os peidos em segundo plano dentro dos combates, algo que felizmente não se dá fora de combate já que constantemente temos de peidar em algum local para atrair ou atrapalhar oponentes.

South Parck Stick of The Truth também conta com summons/invocações para deixar as batalhas mais frenéticas, tem vários deles espalhados pelo jogo, mas eles não podem ser utilizados contra chefes (mais uma cagada, ou seria peido?) e só podem ser invocados uma vez por dia, ou seja, você terá de esperar anoitecer e amanhecer no jogo para que posso invocar novamente um summon que utilizou anteriormente.
As animações dos summons são bem animadas e todos são muito poderosos, geralmente acabando com inimigos com um ataque, por isso lhe recomendo que os guarde para utilizar em oponentes difíceis, não os gaste só para ver como são em batalha ou pode passar por dificuldades quando realmente precisar deles.
Análise South Park The Stick of Truth – Gráficos
Não tem como não amar os gráficos de South Park The Stick of Truth, pois, além do jogo parecer um episódio de TV, ele conta com animações simplesmente encantadoras. Os cenários são muito detalhados e é fácil ficar parado num local admirando sua beleza, vendo o carinho que a equipe de produção deu para os cenários e a vasta riqueza de objetos existentes, sendo que ainda por cima é possível interagir com a maioria deles.
Outra coisa que particularmente achei fantástica é a vasta quantidade de equipamentos e armas que temos no jogo, ao trocarmos de equipamentos as roupas de nosso personagem, ele irá trocar de roupa e até mesmo sua foto no Facebook (no jogo) irá mudar, um detalhe simples, mas que nos faz querer colecionar cada equipamento disponível no jogo para testarmos diversas possibilidades de equipamentos diferentes.
A maioria das roupas que pegamos podem ser coloridas numa cor diferente, o que só aumenta a diversidade de variações (é por isso que você está vendo tantos personagens diferentes nas imagens dessa análise).

A vasta maioria dos equipamentos conta com um nível de defesa que vai aumentar a força de nossa armadura, o problema nisso é que em certos níveis só temos uma ou duas opções de armaduras especiais e as as roupas exclusivas, como as de classe, ficam rapidamente defasadas e isso nos obriga a ter de apelar para acessórios, cortes de cabelo, barbas, bigodes e maquiagem para mudarmos a aparência de nosso personagem.
Esse é um dos pontos negativos de South Park The Stick of Truth, mas ao menos eu não notei nenhum bug sequer durante a minha vasta gameplay do título, não houve nenhuma queda de frame ou personagens atravessando paredes como é comum em alguns jogos.
Análise South Park The Stick of Truth – Sons
A série animada de South Park possui muitos personagens que são dublados pelos criadores do desenho, e eles também estão presentes na dublagem do jogo em inglês, ademais, não é possível alterar a dublagem do jogo, ao menos não na versão de PS3, que foi a que testei e zerei.
Todos os personagens do jogo contam com dublagem e tem vozes distintas, mesmo os npc’s tem seus sons únicos ao serem atingidos por nosso personagem. Como é que não podemos elogiar uma dublagem dessas?
Sobre as músicas de Stick of Truth eu não poderia dizer nada além de ótimas, ao menos não achei nenhuma delas enjoativa ou repetitiva, pelo contrário, elas são bem empolgantes e muitas foram feitas exclusivamente para o jogo, o que só deixa a experiência de jogá-lo ainda mais imersiva.
No geral todas as faixas tocadas são alegres e possuem algum efeito sonoro que lembra vozes ao fundo, isso pode ser notado principalmente enquanto caminhamos pela superfície da cidade de South Park, mas a música que achei mais empolgante foi justamente a que é tocada durante as batalhas contra chefes, pois ela não atrapalha os diálogos que temos com eles ao longo das lutas e nos ajuda a mantermos mais alertas.
Análise South Park The Stick of Truth – Vale a Pena Jogá-lo?
Creio que todo fã de South Park irá amar o jogo e mesmo pessoas que não são lá grandes fãs, mas ainda assim gostam de RPG’s também irão gostar muito desse jogo, entretanto, para estas recomendo que deixem a dificuldade do jogo no difícil, por que ele geralmente é bem fácil de se jogar e apesar da maioria das batalhas serem desafiadoras, o jogo se torno um tanto quanto que ‘fichinha’ conforme adquirimos níveis maiores.
Parte dessa facilidade se dá por que nosso HP (Vida) e MP (Magia, PP no jogo) se enchem sozinhas assim que saímos de uma batalha e ao chegarmos noutra basta usar golpes fortes logo no início que geralmente já a vencemos.
Fora esse pequeno empecilho, o que mais me desagradou no Jogo é a ausência quase que total de um fator replay, pois, ao finalizarmos Stick of Truth não há mais nada para fazer no jogo além de vadiar ou completar uma ou outra quest secundária pendente que ainda não havíamos finalizado.

É sabido que South Park The Stick of Truth possui várias horas de jogatina intensa até que o finalizemos, mas seria interessante se após derrotarmos o chefe final novos locais fossem abertos para a exploração, mais inimigos raros surgissem e até mesmo mais algumas quests secundárias de personagens que já são nossos amigos (as) no Facebook.
É claro que essas coisas não são necessariamente precisas para que um jogo seja bom, mas elas nos fazem guardar os bons momentos dele com mais carinho, mesmo um novo jogo+, onde poderíamos começar o jogo novamente com os itens de antes já faria diferença em South Park The Stick of Truth, mas infelizmente o jogo em si é a cereja e o bolo e após acabarmos com tudo não tem nenhum brigadeiro ou bebida para acompanhar a festa e nos deixar mais satisfeitos, sei lá, ainda sobra um espaço ‘vazio’ no ‘estomago’ e aquela sensação de ‘quero mais’ não me deixa em paz.. Talvez eu seja apenas um guloso por games, será?
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