É provável que em algum lugar você já tenha visto a sigla XML, mas você sabe o que é isso? Neste artigo, vamos explicar de forma simplificada o que é, como funciona e quais são suas aplicações na prática.
De forma geral, o XML – Extensible Markup Language – é uma linguagem de marcação usada para armazenar e transportar dados entre sistemas de maneira estruturada e legível para máquinas e para humanos em um formato compreensível.
Um ponto interessante sobre essa linguagem de marcação é o fato de ser extensível, ou seja, é possível criar tags e estruturas de dados de acordo com a necessidade, ao contrário do HTML, por exemplo, que tem um conjunto de tags já pré-definido.
Sua principal função é descrever dados de forma estruturada, o que é muito útil em processos entre diferentes sistemas, como bancos de dados ou APIs. Por ser amplamente utilizado, o XML possui integração com outras plataformas e ferramentas.
Como funciona e para que serve o XML?
Agora que você sabe o que é o XML, é interessante entender como ele funciona. Como mencionado, ele utiliza um sistema de tags, mas não é limitado a um conjunto pré-definido – os usuários têm liberdade para criar suas próprias tags.
Um documento XML possui uma estrutura hierárquica, onde a tag raiz se estende para outros elementos, formando uma árvore com uma raiz e seus elementos “filhos”.
Sua capacidade de armazenar dados é interessante devido à possibilidade das tags conterem atributos e valores, permitindo a apresentação de dados detalhados e precisos.
Um exemplo seria um XML com informações sobre filmes. O elemento raiz seria “filmes”, e dentro dele teríamos outros elementos filhos, como “filme”, um para cada título na lista, seguidos por outros elementos, como “título”, “diretor”, “ano”, “gênero”, etc. Isso torna os dados facilmente compreensíveis, até para humanos.
É interessante usar o XML como ferramenta de troca de dados ou armazenamento devido à sua flexibilidade. Ele é uma estrutura de fácil entendimento, permite a criação de tags personalizadas e oferece muitas opções para se adaptar às necessidades do usuário.
Apesar dessa flexibilidade, o XML segue os padrões definidos pelo W3C (World Wide Web Consortium), o que garante a interoperabilidade e a compatibilidade com diversas plataformas e sistemas.
Além disso, o XML utiliza um formato de texto, que pode ser usado em qualquer sistema operacional e ambiente de desenvolvimento, sendo legível e manipulável tanto por humanos quanto por máquinas.
Se você ainda não se convenceu das vantagens de usar essa linguagem de marcação, saiba que ela é amplamente suportada por uma série de ferramentas, linguagens de programação e tecnologias em geral.
Atualizações ao longo dos anos
O XML foi lançado pelo W3C em 1998 e, naturalmente, passou por diversas atualizações ao longo dos anos. Algumas das mais relevantes incluem:
Namespaces (1999): Embora não tenha sido sua primeira atualização, essa foi muito importante, pois permitiu que diferentes documentos ou partes de documentos XML usassem os mesmos nomes sem causar conflitos.
XML Schema (2001): O XSD foi introduzido como uma alternativa mais robusta e flexível para definir a estrutura e conteúdo dos documentos XML, complementando e, em muitos casos, substituindo os DTDs (Document Type Definitions).
XPath e XSLT: Essas ferramentas facilitaram a navegação e transformação dos documentos XML. O XPath permite navegar pelos elementos e atributos do documento, enquanto o XSLT permite transformar documentos XML em outros formatos, como HTML, ou em um novo XML com uma estrutura diferente.
Componentes e geração de um XML
O XML é composto por vários elementos que formam sua estrutura de dados. De maneira geral, podemos destacar os seguintes componentes:
- Declaração de XML, que indica a versão do documento XML e seu tipo de codificação.
- Tag raiz, que está presente em todos os documentos XML e engloba os demais elementos.
- Elementos, que são as tags de dados e podem ter atributos e sub-elementos.
- Atributos, que são as informações adicionais dentro das tags.
- Comentários, que permitem adicionar notas dentro do XML, sendo ignoradas pelo sistema de processamento.
Como gerar um XML? Existem várias formas de fazer isso. Algumas linguagens de programação, como Python, Java e PHP, possuem bibliotecas integradas para criar documentos XML.
Também é possível gerar arquivos XML por meio de editores de texto, IDEs como o Visual Studio Code, planilhas como o Excel e softwares de banco de dados que permitem exportar dados nesse formato.
XML e HTML – São a mesma coisa?
Não, o XML e o HTML são linguagens de marcação, mas com finalidades diferentes. O HTML é usado para estruturar e exibir conteúdo em páginas web, ou seja, define como o conteúdo será apresentado no navegador.
Já o XML é usado para descrever dados estruturados, sem se preocupar com a apresentação, sendo ideal para armazenar e transportar informações de forma organizada.
De forma geral, eles se diferenciam principalmente por três aspectos. O primeiro deles é que o HTML tem um conjunto fixo de tags, enquanto o XML permite a criação de tags personalizadas.
Em segundo lugar, o XML é mais flexível, podendo ser usado para representar dados em diferentes cenários, já o HTML é focado na estrutura de páginas web.
Por fim, no XML, todos os elementos devem ser bem formados, com tags de abertura e fechamento, enquanto no HTML algumas tags podem ser auto-fechadas ou mesmo ficarem sem fechamento, como “img” e “br”.